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Desafios e tendências de gestão de talentos para 2025

Desafios e tendências de gestão de talentos para 2025

20 de dez. de 2024

por

Vinícius Xavier

A gestão de pessoas das organizações enfrenta uma encruzilhada crítica: os modelos tradicionais não são mais suficientes para reagir à volatilidade do mercado e às necessidades das pessoas, principalmente na realidade de grandes corporações. Diante disso, surge a necessidade de uma abordagem mais adaptável, centrada em habilidades, tecnologia e na conexão genuína com os colaboradores. Portanto, vale entender desafios e tendências de gestão de talentos para o próximo ano.

Para aprofundar essa discussão, conversamos com algumas lideranças e especialistas no tema, parceiras da acaso, como Fernanda Coutinho, Talent Sr Director no Nubank, e Karin Souza, HR BP na BASF. A partir dessas trocas, compilamos os 3 desafios e 5 tendências de gestão de talentos que devem moldar o futuro próximo do RH.


Preparação de Lideranças para uma Nova Mentalidade Organizacional

Primeiramente, lideranças e equipes de RH precisam se capacitar para gerenciar modelos mais flexíveis, impulsionados por tecnologia e dados. Fernanda Coutinho destaca que o desafio desse alinhamento entre desenvolvimento de habilidades e tomada de decisão é crucial para transformar o design organizacional:


“Sem vencer essa camada, é muito difícil evoluir dos modelos tradicionais que não são mais totalmente capazes de reagir às mudanças de mercado e necessidades das pessoas e estratégia.”

– afirmou Fernanda Coutinho

Além disso, há a necessidade de considerar as diferentes demandas de desenvolvimento multigeracional. Como pontua Karin Souza:

“A liderança e o RH precisam alinhar uma forma de gestão capaz de oferecer para cada um desses perfis e gerações, oportunidades adaptadas e personalizadas.”

Trabalhar com cinco gerações simultaneamente (da Geração Silenciosa à Geração Z) é desafiador, mas pode ser transformador se a gestão for capaz de respeitar e alocar o potencial único de cada profissional.


Conciliação de Expectativas Organizacionais com Individuais

Um dos maiores desafios da gestão de talentos é alinhar as aspirações individuais dos colaboradores com as metas organizacionais. Segundo o LinkedIn Workplace Learning Report, jornadas de aprendizado que focam nos objetivos de carreira têm engajamento 4x maior. Assim, esse alinhamento fortalece a conexão entre o colaborador e a empresa, aumentando a satisfação e produtividade.

“Organizações muitas vezes perdem talentos por falta de velocidade em identificar ou criar oportunidades. O profissional está pronto e motivado, mas a empresa ainda não tem o espaço ou a estrutura para atendê-lo, e nem sempre ele terá a paciência para esperar. Isso evidencia a complexidade da gestão entre equilibrar as necessidades estratégicas da organização e as expectativas dos colaboradores.”

– Karin Souza


Integração de Tecnologia para Potencializar Habilidades Humanas

Ricardo Rocha, CEO da acaso, é enfático sobre o papel da tecnologia e da inteligência artificial como aliadas no desenvolvimento humano. Segundo ele:

“A IA já é realidade nas empresas e, para a gestão de talentos, apoia o RH em decisões mais assertivas, ágeis e orientadas por dados. Ela ajuda a focar nas nossas habilidades humanas, se implementada da maneira ideal”

Ou seja, o uso de IA é crucial para mapear habilidades e conectar pessoas às oportunidades de trabalho que realmente as aproximem ao seu potencial máximo.

Fernanda Coutinho falou sobre como a tecnologia possibilita uma inteligência de talentos escalável, que permite às corporações gerenciar recrutamento, engajamento e desenvolvimento (Find, Keep and Grow) de forma eficiente, baseada em dados.


Tendências do Futuro Próximo do RH

1. Foco nas Habilidades

É essencial “alfabetizar” as equipes em relação ao que são habilidades e como elas impulsionam o negócio. Na conversa com Fernanda Coutinho, ela ressaltou que esse movimento começa, primeiramente, com o preparo de lideranças e RHs, antes de realmente chegar nos colaboradores.

Priorizar as habilidades para tomadas de decisão em todo o ciclo do talento não só favorece uma rede de trabalho ágil, mas também promove um foco constante no desenvolvimento. Além disso, essa abordagem prepara a organização para responder de forma eficiente aos desafios e transições estratégicas que surgirem.

 O futuro do trabalho é skill-based. Como disse Ricardo Rocha em uma entrevista para a Forbes:

“Tem que ser baseado em pôr as pessoas certas nos lugares certos, sendo desenvolvidas para os lugares de maior potencial delas.”

2. Gestão de Aprendizado e Colaboração

As organizações precisam criar um ambiente que incentive o aprendizado contínuo e a troca de conhecimento. Como ressalta Karin Souza:

“É preciso estar aberto a aprender novas habilidades ou se associar a pessoas que dominam aquilo que você ainda não sabe. Esse mindset é essencial para superar desafios. As organizações devem comunicar essa visão claramente, e os colaboradores precisam abraçar essa ideia.”

Dessa forma, a cultura de colaboração fortalece as organizações, especialmente em momentos de mudança.

3. Diversidade e Inclusão

Mais do que uma tendência, diversidade e inclusão são pilares centrais para empresas do futuro. Afinal, empresas que abraçam a diversidade, além de serem mais inovadoras, tendem a atrair e reter talentos de forma mais eficiente. De acordo com a PwC Brasil, 85% das empresas consideram que diversidade é um valor importante ou uma prioridade.

4. Cultura de Adaptabilidade e Flexibilidade

Em um mundo do trabalho cada vez mais complexo, um dos pontos mais convergentes entre as pessoas especialistas é que as organizações devem oferecer ambientes flexíveis, adaptando-se rapidamente às mudanças e eliminando silos que limitam o desenvolvimento. Para o colaborador, isso significa oportunidades de crescimento baseadas em suas habilidades reais, e não apenas em credenciais ou currículos.

5. Hiper personalização e IA Avançada no RH

A IA permite conectar colaboradores a oportunidades de desenvolvimento e trabalho de maneira personalizada, ao mesmo tempo que otimiza a gestão de talentos.

Nesse contexto, é importante, mais do que nunca, reconhecer as particularidades de cada indivíduo e reforçar que pessoas diferentes possuem áreas de potencial distintas. Como destaca Ricardo Rocha, é essencial oferecer estímulos personalizados que atendam às necessidades específicas de cada um, de modo a permitir que cada pessoa trilhe uma jornada única e significativa.

Por outro lado, ao adotar tecnologias avançadas, as organizações conseguem não apenas escalar esses processos como também reduzir custos, tudo isso enquanto aumentam a precisão.

Esse cenário traz protagonismo para RH que tem papel de liderar o redirecionamento da lógica dos modelos organizacionais para as pessoas, como afirma Gary Bolles, sócio da acaso e Chair em Futuro do Trabalho na SingularityU, em um artigo de sua autoria sobre o papel do RH frente à IA:

“Mas o que as ferramentas de GenAI representam é uma oportunidade para o RH desenhar uma nova mesa: processos centrados nas pessoas que utilizem continuamente tecnologias de próxima geração para gerar valor para todos os stakeholders da organização.”


Conclusão

A partir dos principais desafios e tendências de gestão de talentos reunidos, é possível afirmar que 2025 exige uma combinação de flexibilidade organizacional, foco em habilidades e uso inteligente da tecnologia. Assim, a liderança e o RH têm um papel transformador: preparar empresas e pessoas para um futuro onde o potencial humano é o ativo mais valioso, o que representa uma mudança significativa na forma em como de entender e se gere os talentos.

Cresceu a necessidade de preparar as pessoas, cultural e tecnicamente, considerando as individualidades de cada uma, para desenvolver times que evoluam e se conectem continuamente, ao mesmo tempo que são capazes de reagir rapidamente a qualquer mudança exigida por desafios estratégicos e mudanças repentinas do mercado.

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