Não tem como fugir: o People Summit deste ano foi dominado por discussões intensas, principalmente em torno de dois grandes tópicos que estão remodelando o futuro do trabalho e das organizações — as habilidades e a Inteligência Artificial. Esses temas não apenas marcaram presença em quase todas as palestras e painéis, mas também acenderam debates sobre como podemos nos preparar para um mundo do trabalho mais dinâmico e tecnológico. Ou seja, existe muito a dizer sobre IA e o Futuro do RH.
Com isso em mente, reunimos os 12 pontos mais marcantes do evento, aqueles que realmente nos fizeram parar, pensar e questionar o status quo. Esperamos que esses insights possam gerar muitas reflexões e até mesmo inspirar ações concretas em sua jornada. Vamos lá?
Os principais aprendizados sobre IA e habilidades no Web Summit Lisboa 2024
1. Human skills continuam sendo um diferencial em um mercado cada vez mais orientado por IA. Como a curva de aprendizado da IA se compara ao aprendizado humano?
2. Muitas empresas estão hesitantes em implementar a IA generativa devido a preocupações com a privacidade dos dados. No entanto, ironicamente, ao impedir o uso corporativo oficial, acabam incentivando os funcionários a utilizarem contas pessoais e gratuitas, o que aumenta o risco de vazamento de dados;
3. O RH tem um papel importante em garantir que a IA opere segundo os valores da empresa. Isso inclui a integração de processos já existentes, como recrutamento, treinamento e avaliação de desempenho, adaptados para agentes de Inteligência Artificial;
4. Empresas que superam as preocupações iniciais e oferecem treinamento contextual sobre como utilizar IA geram aumentos de produtividade entre 10% a 60%, dependendo do time;
5. O medo que muitas empresas têm não é apenas da IA, mas da velocidade em que tudo está evoluindo. A rápida evolução dificulta a adaptação;
6. Estamos perdendo de vista os novos trabalhos que serão criados devido à IA e focando apenas nos que estão desparecendo. Embora existam riscos, há também um potencial imenso para a criação de novos empregos que hoje não conseguimos imaginar, assim como aconteceu com o surgimento do computador e da internet. Quando novas tecnologias são adotadas, elas não apenas substituem empregos, mas também criam oportunidades que antes não existiam;
7. Colaboração e inovação andam lado a lado: a entrada da IA nas empresas é como tradição e inovação se encontrando;
8. Podemos aprender com os erros do passado e preparar a rede de trabalho para evitar desigualdades, garantindo oportunidades para todos. Por isso, é fundamental educar e treinar as pessoas de maneira transparente para podermos fugir de cenários utópicos ou distópicos no uso da IA;
9. O medo de perder o emprego para novas tecnologias, como a IA, é real e humano. Dessa forma, precisamos transformá-la em aspiração, nos educando sobre para usá-la de forma positiva, colaborativa e benéfica;
10. IA nas empresas: fica complicado até ficar simples, se feito da melhor forma;
11. Com a evolução da IA, vemos o surgimento de várias verticais da tecnologia, que automatizam partes específicas do trabalho. Assim, o papel dos profissionais está se tornando, cada vez mais, entender como usar essas ferramentas de forma eficaz para resolver problemas, conectando diferentes soluções para alcançar um objetivo;
12. Existem dois possíveis futuros envolvendo IA e o futuro do RH: um onde todos sabem usar a ferramenta e melhoram suas capacidades, e outro onde apenas alguns entendem como utilizá-la, fazendo com que a mesma substitua as pessoas que não acompanham a mudança. Ou seja, que decidimos agora pode determinar qual desses cenários se tornará realidade.
Desenvolvimento, colaboração e transparência
O medo da IA é visceral — especialmente quando ela ameaça empregos. Apesar disso, o medo não precisa controlar a narrativa da história da IA e o futuro do RH. Podemos transformar a incerteza em aspiração ao apostar na educação, colaborar com responsabilidade e agir com transparência.
A acaso
A acaso é uma startup global que opera no Brasil e que possui como principal propósito ajudar pessoas e empresas a atingirem o seu máximo potencial por uma abordagem focada em habilidades. A startup desenvolve e aplica soluções de inteligência de skill-matching e conexões em rede que melhoram a eficiência e a produtividade de organizações. Desde a sua fundação, já atraiu mais de 50 empresas, como Santander, Ambev, Nubank, BASF e ESPM.
Autora
Andrea Araujo