Há anos se fala que dado é o novo petróleo e que a inteligência artificial é a nova refinaria. Empresas de todos os setores investiram milhões na criação de seus lagos de dados, plataformas de dados de clientes e programas de governança da informação. Eventos e mais eventos reforçaram conceitos como cultura orientada a dados, Big Data, Smart Data, Modelos de Linguagem de Grande Escala, como LLM, SLM, LAM…

Entretanto, os grandes saltos disruptivos na tecnologia não vieram dos gigantes estabelecidos, mas de projetos inovadores de empresas entrantes como OpenAI e DeepSeek.

Enquanto as grandes empresas ainda tentavam se atualizar, investindo bilhões, estudos de mercado revelaram que pouco mudou: mesmo com todo o investimento, colaboradores ao redor do mundo desperdiçam cerca de 32 dias por ano apenas procurando informações, o equivalente a 13% dos salários pagos. Muito se tem, pouco se sabe; muito se coleta, pouco se utiliza. Os dados estão fragmentados, duplicados, irrelevantes e muitas vezes inexplorados, porque falta curiosidade, coragem e amor pelo desconhecido, fatores essenciais para a verdadeira inovação.

O problema é ainda mais profundo: as pessoas querem experimentar IA, querem ganhar intimidade, construir seus próprios casos de uso, independentemente de serem de tecnologia, mas a blindagem e desorganização têm feito as grandes empresas darem passos de tartaruga nesta direção surfando pouco ou quase nada do potencial estendido diante delas. Blindagens internas e burocracias fazem com que a experimentação com inteligência artificial avance a passos lentos nas grandes corporações, enquanto oportunidades de novos modelos de negócios, novos caminhos de crescimento e ganhos de produtividade ficam pelo caminho.